Decorreu no passado sábado, dia 21 de Maio, no salão nobre do Centro Pastoral de Santo Adrião de Vila Nova de Famalicão, entre as 14h30 e as 18h40, a XI Jornada da Família, tendo por mote de reflexão “Família: uma questão jurídica ou uma união de facto!?”.
A abertura da Jornada esteve a cargo dos alunos da ArtEduca através da interpretação do Hino da Família, criado para o dia internacional da família do passado dia 15, comemorado por todo o município no Parque da Devesa.
Seguiu-se a intervenção do primeiro conferencista, João Duque, professor catedrático da Universidade Católica do núcleo de Braga. Tomando por base o ‘Motu Proprio’ Mitis et misericors Iesus, sobre a reforma do processo canónico para as causas de declaração de nulidade do matrimónio no código dos cânones das igrejas orientais, e a Exortação Apostólica Pós Sinodal Amoris Laetitia, o orador abordou a realidade da família no âmbito jurídico e pastoral. Sem deixar de referir que “a família é muito mais do que um acto jurídico”, frisou que “o Direito Canónico está sempre ao serviço de uma realidade maior, muitas vezes não consciente, mas que não pode deixar de ser protegida pelo mesmo direito. Essa realidade maior do casamento verifica-se no momento do matrimónio, o qual inclui necessariamente um sacramento, ou seja, quando o matrimónio é expressão e revelação do amor esponsal de Deus pela humanidade”. Como enfatizou, “esta realidade muda o simples acto jurídico num acto sacramental, o qual o diferencia do casamento civil. Este apenas acrescenta estatuto, e facilmente pode ser desvinculado entre as partes, enquanto o religioso confere-lhe uma missão: ser na vida contínua revelação do amor de Deus pela Humanidade e manter o desafio da defesa de todos os elementos da família e os seus valores, conservando-os vivos e atuantes”.
Depois do intervalo foi a vez da professora Teresa Power fazer a sua partilha. Começou por surpreender os presentes com uma música interpretada pela sua família (marido e 5 dos seus 6 filhos), seguida da oração de um mistério do terço rezado pelo filho de 6 anos. De seguida apresentou a família como “caminho de santidade”, concretizando-o na sua própria experiência familiar, que não se reduz a si mesma, mas que se alarga na comunidade paroquial na qual é catequista. Ao fazer a sua análise da vivência cristã dos católicos, interrogou-se sobre “a incoerência e indiferença de tantos deles face aos ataques frequentes à família: fazem longas peregrinações a Fátima, aplaudem o Papa, mas diante do que se passa com as novas leis, com as escolas, com o aborto, com as barrigas de aluguer e da possível eutanásia, nada fazem, nada dizem nem se inquietam...”.
No final das intervenções, deu-se lugar às perguntas dos presentes, de modo a que pudessem esclarecer algum aspecto relacionado com as reflexões apresentadas.
A XI Jornada da Família terminou com uma mensagem, em vídeo, de D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga.
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