No passado sábado, dia 20 de Maio, teve lugar em Vila Nova de Famalicão o Dia Arciprestal da Família. Neste encontro, promovido pela Equipa Arciprestal da Pastoral Familiar, foram apresentados os resultados do inquérito sobre “A Família que somos”, enfatizando-se “a urgência de criar uma pedagogia para construir a família segundo o coração de Deus”.
Marcada para as 21h15, no Centro Pastoral de Santo Adrião, esta iniciativa consistiu numa tertúlia que contou com a presença de quase uma centenas de pessoas, entre elas vários casais e famílias do Arciprestado famalicense.
A Equipa da Pastoral Familiar contou com a presença do P.e Rui Alberto, sacerdote Salesiano, para apresentar neste encontro os resultados do inquérito lançado em Janeiro passado. O referido inquérito surgiu dos desafios lançados pelo Sínodo dos Bispos sobre a Família e pela consequente Exortação Apostólica do Papa Francisco, Amoris Laetitia.
Sabendo que se trata de um sector da pastoral da Igreja que deve ser prioridade na vida e acção da mesma, o P.e Rui Alberto não deixou de salientar “a importância de comparar algumas estatísticas nacionais com as respostas aos inquéritos”. Por aqui se pode perceber que “não é óbvio que o casamento seja a regra para que toda a gente seja feliz. A prova disso é o aumento dos divórcios”.
Da questão “porque é que há jovens que não se casam?” sobressaiu “o medo de assumir um compromisso”. Contudo, o conferencista referiu que “muitos dos jovens não se casam por um acto de inteligência. Ou seja, ao olharem a realidade, ao verem o que se passa com o divórcio dos seus pais e amigos, interrogam-se sobre o casamento. As situações de sofrimento e de tristeza que eles vêem nos outros fazem com que tudo seja muito mais ponderado e, por isso, também o casamento seja retardado.”
Quanto aos temas de desenvolvimento que o inquérito apresentava, o P.e Rui Alberto, salientou “a importância do acolhimento, do acompanhamento, do caminho de discernimento, da integração e misericórdia, reforçando a importância da partilha de ideias e experiências, dos momentos de encontro com os casais, quer sejam mais jovens ou mais adultos”. Referiu sobretudo que “a Igreja há-de acolher sempre toda a gente, mas ao mesmo tempo não poderá renunciar aos valores do Evangelho”. Para o efeito é importante “atender a todas as situações, num acolhimento pessoal, sem entrar nas abstracções mas na realidade concreta da vida de cada pessoa casada ou divorciada, em união de facto ou recasada. É desejável uma criatividade para reconstruir a pertença à Igreja.”
Em jeito de conclusão, o orador, referiu que “o ideal cristão de matrimónio e de família é um dom viável e fonte de alegria. Contudo não é óbvio nem fácil. É dom de Deus, mas requer o nosso empenho e esforço, sem grandes ‘boleias’ da sociedade.”
Por fim, o P.e Rui Alberto apontou quatro ideias para uma pedagogia do “fazer” família “segundo o coração de Deus”. A primeira: “Ser”, na medida em que “todos devemos cuidar do rosto uns dos outros e aprender a aceitar os ‘monstros’ que existem em nós”. A segunda: “Ser de”, “cuidando das nossas origens e percebendo que não somos o princípio das coisas, mas filhos de alguém.” A terceira: “Ser com”, alertando para a importância de “cuidar e amparar o outro e ser solícito para com o outro diferente de si”. E, por fim, a quarta ideia: “Ser para”, “cuidando da abertura a Deus, ou seja, acolher e construir este Amor que dá esperança”.
Departamento Arciprestal da Comunicação Social
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